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Henrique Loyola – 90 anos de uma vida dedicada a Santa Catarina e ao País

O empresário e ex-Senador da República Henrique Loyola completa 90 anos no dia 12 de outubro de 2022, comemorando uma trajetória marcada pela sólida liderança empresarial, com expressiva presença nas áreas social e política do Estado. Controlador de grandes empresas, como a Cia Fabril Lepper, em Joinville, e a Fiação São Bento, em São Bento do Sul (SC), ele foi presidente da Associação Empresarial de Joinville (ACIJ), do Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville e da ETT/Sociesc, além de fundar a Associação dos Bombeiros Voluntários de Santa Catarina (ABVESC), da qual é presidente de honra.

Empresário e Senador da República, suas realizações contribuíram para o desenvolvimento econômico e social do Estado

Na presidência da Acij, criou a Fundação Empreender, atualmente focada em desenvolver o empreendedorismo com base no fortalecimento das Associações Empresariais. Também se destacou como secretário Estadual da Indústria, Comércio e Turismo de Santa Catarina, no governo Pedro Ivo Campos, onde implementou o Programa de Desenvolvimento Industrial de Santa Catarina (Prodec), que há mais de 30 anos é importante fonte de desenvolvimento industrial e geração de emprego em SC.

Loyola nasceu em Joinville, em 12 de outubro de 1932 e seus pais, avós e bisavós fizeram parte da história de Santa Catarina e Paraná. O pai, Lauro Carneiro de Loyola, foi deputado federal e contribuiu para trazer a Joinville, nos anos de 1950, a infraestrutura que permitiu que a cidade se desenvolvesse e se tornasse a maior economia do Estado. O avô, Henrique Douat, era industrial na região, com atuação em vários ramos, inclusive o madeireiro, outra força da economia joinvilense. E o bisavô, Etienne Douat, foi responsável pela obra da Estrada Dona Francisca, que possibilitou a ligação com o Planalto Norte e alavancou a economia da região no final do século 19 e ao longo do século 20. 

Há 66 anos é casado com Helga Loyola, a companheira de toda a vida, por quem se encantou quando ainda era adolescente. Juntos tiveram duas filhas, Maria Regina de Loyola Rodrigues Alves e Gabriela Loyola, seis netos e vários bisnetos.

Apesar da influência familiar, Loyola decidiu caminhar por conta própria. Começou a vida profissional como estagiário de um banco, ingressou na Fabril Lepper como auxiliar de Contabilidade, atendendo a um anúncio de jornal, e aos poucos, transformou a empresa (que enfrentava sérias dificuldades e corria o risco de insolvência, como tantas empresas familiares na época) na âncora de um sólido grupo empresarial. Depois, em 1972, assumiu a gestão da Fiação São Bento (FSB), em São Bento do Sul, e levou a pequena empresa a se tornar uma referência na produção de fios de qualidade no País. Em 2022, ele celebrou 50 anos como presidente da FSB.

Formou-se em Ciências Econômicas e especializou-se na USC (Universidade Sul da Califórnia), nos EUA, e no INSEAD – Instituto Europeu de Administração de Negócios, em Fontainebleau, na França, dois dos principais centros de formação empresarial do mundo.

A convite do ex-governador Pedro Ivo Campos, foi secretário Estadual da Indústria, Comércio e Turismo de Santa Catarina, de 1989 a 1991, sem ser afiliado ao partido do governador. Nesse período, à frente de instituições como a Junta Comercial do Estado, Inmetro, INPI, Santur, Hidrominerais, Santinvest, CEAG (hoje Sebrae) e Empretec, teve como grande desafio implantar o Programa de Desenvolvimento Industrial de Santa Catarina. O Prodec teve como missão viabilizar a implantação de novas unidades industriais e a expansão das já existentes, gerando receitas, impostos e novos empregos. Com isso, se consolidou como um importante estímulo ao crescimento socioeconômico de Santa Catarina.

Em Joinville, Henrique Loyola foi presidente da Acij e da ETT/Sociesc (hoje UniSociesc). À frente da Acij no biênio 1991/93 implantou o convênio com a Câmara de Artes e Ofícios de Munique e Alta Baviera, da Alemanha, que deu origem aos Núcleos Setoriais da Acij. Os Núcleos possibilitaram a participação de empresas de pequeno porte na associação, e contribuíram para a ampliação do número de associados e da representatividade da entidade. Atualmente é membro do Conselho Superior em cargo vitalício e, em 1998, foi eleito o segundo sócio benemérito da entidade.

Loyola foi presidente da ETT/Sociesc por quase 10 anos (de 1990 a 99), realizando um trabalho de revitalização e expansão da instituição, que foi a base para o que ela é hoje. Em sua gestão, houve um crescimento de 76% na área construída da Sociesc e foram instalados três centros de tecnologia: Mecânica de Precisão, Tecnologia em Informática e Tecnologia em Materiais, além de novos cursos que atendiam a demanda das empresas da região, como Técnico em Plástico, Técnico em Eletrônica e Técnico em Refrigeração. Nessa época também foi criado o Instituto Superior Tupy, iniciado o processo de expansão geográfica com a unidade de São Bento do Sul e firmada parceria com a Fundação Getúlio Vargas, uma das mais respeitadas escolas de negócios do país, para o lançamento de cursos de pós-graduação.

Ao mesmo tempo em que era presidente da Acij e da ETT/Sociesc, Loyola assumiu a presidência do Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville. Entusiasta do modelo dos bombeiros voluntários, ele assumiu a entidade em um momento crítico. Às vésperas de completar 100 anos de atividades, os bombeiros estavam em sérias dificuldades, com dívidas e equipamento sucateado. Com sua capacidade de mobilização e visão empresarial, Loyola conseguiu a viabilização dos festejos do centenário e, ao longo de 10 anos, realizou uma transformação na corporação: reformou e ampliou unidades, instalou o Museu dos Bombeiros e criou a inédita estratégia de arrecadação através da Celesc, garantindo a sobrevivência da corporação.

Também estimulou as empresas locais a integrar as suas brigadas industriais de proteção e combate ao fogo ao Corpo de Bombeiros Voluntários. Com isso, viabilizou o aumento do número de unidades, passando de duas para oito - fazendo com que, em média, cada uma delas atendesse um núcleo de 52 mil pessoas na cidade.

Nos quase dez anos em que esteve sob a presidência de Loyola, a corporação foi revitalizada e modernizada. A mobilização de recursos públicos e os valores arrecadados junto à comunidade pela conta de luz contribuíram para ampliar as instalações e modernizar os equipamentos de combate ao fogo, busca e salvamento de pessoas. O número de sócios com contribuições mensais passou de cerca de 800 para 34 mil e a frota subiu de 19 para 38 unidades (80% novas). As medidas capacitaram os bombeiros a atender qualquer emergência no perímetro urbano de Joinville em uma média de cinco a sete minutos.

Henrique Loyola costuma dizer que “o caixão não tem gavetas” e defende o papel social que o empresário deve ter junto à comunidade em que está inserido. Por isso, criou a Fundação 12 de Outubro, há 30 anos. Quase desconhecida do público em geral, a Fundação deixou a sua marca em obras como a construção do Lar Betânia, de idosos, a construção do Residencial Ventura (um edifício de 12 andares com toda a infraestrutura necessária para o atendimento de qualidade ao idosos), e a reforma do Lar Abdon Batista, por exemplo, em Joinville.

Ou a doação do terreno que viabilizou o Caic do bairro Serra Alta e a construção do prédio da escola técnica do Senai, em São Bento do Sul, além de incontáveis ações beneficentes. Em três décadas, ela esteve presente na vida da comunidade por meio do atendimento às demandas assistenciais de cerca de 60 instituições privadas e públicas, beneficiando diretamente milhares de famílias, além de doar bolsas de estudos para o ensino médio, técnico e superior a aproximadamente 500 jovens carentes de Joinville e região.

O mar, uma fonte de energia

Henrique Loyola é um homem do mar, é de lá que ele tira a energia vital que precisa para realizar os seus projetos. Assim, nada mais natural que ele ter se envolvido em questões relacionadas à navegação – e, buscado soluções para muitas delas.

No final da década de 1980, ele foi comodoro do Joinville Iate Clube (JIC) por um curto período – cerca de um ano e meio. Quando foi convidado a assumir a Secretaria de Indústria Comércio e Turismo, no início de 1990, precisou deixar essa missão. Mas nesse período o clube verificou importantes avanços, como a construção do primeiro trapiche flutuante, a chegada da rede de alta tensão, o asfaltamento do acesso ao JIC, no Espinheiros, e o novo projeto do clube, que antes contava apenas com um galpão e uma rampa perigosa ao lado do restaurante.

Sua contribuição na área náutica também se estendeu a Joinville e a marinas de todo o País. Em Joinville, quando foi vice-prefeito, criou o Comitê Climático na Prefeitura de Joinville, um grupo voltado a reunir dados e divulgar informações sobre o tempo, inclusive a Tábua de Marés – algo fundamental em uma cidade construída às margens do mangue e cujo centro está abaixo do nível do mar.

Outra contribuição relevante foi a disseminação da previsão do tempo realizada pelo Inpe-Cptec, uma tabela simples, de fácil compreensão, que tem as principais informações sobre o tempo para aumentar a segurança de quem está no mar: a precipitação, a direção e a intensidade dos ventos, a temperatura, a umidade relativa do ar, entre outras. Ele levou as informações para marinas e iates clubes no Rio de Janeiro, Cananéia, Ilha Bela, Búzios, Itajaí, Florianópolis, Cabo Frio, Santos, Tubarão, Joinville e muitas outras.

Aos 85 anos, Loyola lançou o livro “Inove e Faça a Diferença – um guia para o jovem colocar suas ideias em prática e melhorar a sociedade em que vive”, onde compartilha com os jovens, de forma dinâmica e atrativa, um pouco do conhecimento que adquiriu ao longo de sua trajetória. E em 2021 teve lançada a sua biografia revista e ampliada pela jornalista e escritora Maria Cristina Dias.

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